Cap. 19
Voltando a Rotten Root, o padre já recuperou seu fôlego e esgotou sua paciência. Ele sai do saloon, contrai as pálpebras para ajustar a vista ao sol que continua a chicotear quem se arrisca a desafiá-lo, dá uma puxada de ar profunda e começa a marcha de volta para a capela.
— Padre! – chama o atendente da prefeitura, aproximando-se montado em um cavalo.
— Que bom que o senhor ainda está aqui – continua o rapaz. – Não encontramos o forasteiro, mas achamos esse cavalo na parte de trás do morro. Pessoas na vila disseram que um homem havia passado a cavalo por ali hoje indo em direção à capela.
— Desça – ordena o padre ao rapaz, que praticamente se joga do animal para obedecer.
O padre monta e sai em disparada rumo à capela. Sua cabeça já havia feito as contas. Se um homem e um cavalo foram para a capela e um cavalo sozinho voltou da capela, um homem ficou na capela. A subida do morro foi bem mais rápida do que a descida. Chegando à capela, ele pula de cima do cavalo e caminha cuidadosamente até a entrada dos fundos.
Tudo está em silêncio. Adentrando à capela, é possível ouvir um som abafado. O padre caminha até a porta de um quarto e ouve gemidos em sequência.
Pelo som, devem ser gemidos da irmã Bridget, mas o que ela estaria fazendo para gemer desse jeito? O padre pondera por um instante sobre a possibilidade de encontrar uma situação deveras embaraçosa do outro lado da porta, mas decide entrar, afinal, o que quer que seja que ela esteja fazendo, deve ser errado fazer em uma igreja.
Ele entra e vê irmã Bridget amarrada e amordaçada em uma cadeira. Ele reconhece a cena. Já esteve em outras assim. Sabe que irmã Bridget é uma isca e sabe que demorou demais para perceber isso.
Um golpe vindo por trás interrompe seus pensamentos e o joga no chão. Não é o suficiente para desacorda-lo, mas o desequilibra o suficiente para que venha o segundo golpe, o terceiro golpe...
Enquanto o padre desmaia, em New Heaven, Augustus retorna ao saloon e exibe o pequeno cartaz que viu (e arrancou) na frente do armazém.