Cap. 122
De volta a seu cavalo, o xerife Wayne retoma o caminho para o ferreiro.
Contornando o morro da igreja, ele segue em direção oposta ao mar de poeira e cactos por onde Augustus chegou a Rotten Root, indo rumo às árvores que aparecem ao longe.
Após quase uma hora de cavalgada, Wayne encontra um pequeno rancho, com algumas galinhas e porcos, um casebre não muito grande e um galpão menor, com uma chaminé soltando uma fumaça escura que serviu para guia-lo até lá.
— Olá? – grita o xerife, aproximando-se do galpão enquanto espera por uma resposta e vasculha ao seu redor à procura de alguém.
Ninguém aparece ou responde. Chegando mais perto do galpão, na verdade, uma forja, cujo calor pode ser sentido pelo xerife mesmo do lado de fora, é possível ouvir o metal sendo batido.
Wayne desce do cavalo, segue até a entrada e repete, ainda mais alto, apesar de mais próximo: — Olá!
O homem negro que martela um pedaço de metal ainda avermelhado levanta a cabeça e encara o xerife. Voltando a martelar, o homem pergunta:
— Posso ajudar, amigo?
Wayne: — Espero que sim. Preciso de duas coisas. A primeira, é que me faça uma estrela de xerife. A minha derreteu em um incêndio.
Ferreiro: — O senhor é o xerife de qual cidade?
Wayne: — Rotten Root.
Ferreiro: — Acho que poderei ajudar nisso. Qual a segunda coisa que precisa?
Wayne: — Quero que mande o sujeito apontando um rifle para mim lá atrás abaixar a arma antes que eu comece a atirar em todo mundo aqui.
O negro dá um sorriso, ergue seu martelo e acena.
Ferreiro: — Pronto. Espero que o senhor entenda que não estamos acostumados a receber visitas.
Wayne: — Se não estivessem esperando visitas, não estariam tão preparados.
Ferreiro: — Verdade. Vou me corrigir, não estamos acostumados a receber visitas que vêm em paz.
Wayne: — Que bom que sabe que venho em paz.
Ferreiro: — Claro que vem, afinal, um homem da lei nunca entraria na casa de um negro com más intenções, não é mesmo?
Até mesmo o xerife consegue sentir a ironia na frase.
Wayne: — Podemos falar sobre a minha estrela?