Cap. 125
— Ficou com saudades, amor? – grita Lucretia ao ver o xerife entrando no cabaré.
— Onde estão as minhas coisas que pedi para você guardar? – resmunga o xerife, querendo resolver logo a questão.
Lucretia: — Calminha aí, querido. Cadê a estrela que eu te emprestei?
Wayne sente a espinha gelar quando percebe que esqueceu de pegar a estrela de volta no ferreiro.
— Tive que deixar lá como modelo. – responde rapidamente.
O xerife demonstra um raciocínio bem mais rápido e apurado quando se trata de inventar desculpas mentirosas.
A dona do cabaré comprime os olhos, bufa, rodeia o xerife com a boca apertada, como se mastigasse algumas dúvidas.
Por fim, ela solta uma fungada mais longa e decide colaborar:
— Aguarde aqui. Vou lá em cima pegar suas coisas. Quer que eu traga tudo ou algo específico?
Wayne, franzindo a testa: — Você mexeu nas minhas coisas?
Lucretia: — Querido, eu te fiz um favor. Se quiser sigilo, compre um cofre.
Ela se aproxima e sussurra: — Mas, nós sabemos que mesmo os melhores cofres podem se abrir se você tiver tempo, habilidade ou pólvora o suficiente.
— Pegue logo a caixa toda. – reclama um impaciente xerife, que se arrepende do tom utilizado assim que seus olhos cruzam com o de Lucretia.
— Por favor? – complementa Wayne, como quem assina uma rendição.
Lucretia, sorrindo satisfeita: — O que eu não faço por você, meu amor?
Ela sobe e o xerife vai até o balcão do bar. Melhor beber algo por ali mesmo, pois seria um milagre encontrar alguma bebida na cadeia depois que o Dr. William foi preso lá.
— O de sempre, xerife? – pergunta Sanchez, o balconista do cabaré.
— Ponha logo dois. – responde Wayne, apoiando-se com os cotovelos no balcão.
Dois homens que bebiam no cabaré se levantam e aproximam-se do balcão por trás do xerife. Mais um passo e Wayne já está virado de frente para eles, apontando um revólver para cada.
— Muito lentos e muito barulhentos. – diz o xerife engatilhando as armas.