Cap. 132
— Quem diria? Parece que vai chover nesse inferno seco. – Comenta Dr. William olhando pela janela da sala do prefeito McQueen, que responde:
— É raro, mas acontece. Em todos meus anos aqui, vi chover três vezes.
Augustus resolve participar da conversa: — E de onde será que vem a água do lago da igreja?
McQueen: — Segundo os padres que vieram na segunda leva, após os primeiros serem massacrados, o lago é enchido pelas lágrimas de Nossa Senhora de Guadalupe pelos pecadores amaldiçoados que vivem por aqui.
— Falando em pecadores. – interrompe o médico. — Vou me retirar para minha cela.
Augustus e McQueen já desistiram de tentar se explicar e apenas concordam com a cabeça.
William se dirige até a porta e se detém para um último aviso: — Divirtam-se, mas sem excessos, certo? Nada de tentar a manivela de Calcutá, combinado?
Ele pisca e fecha a porta rapidamente em meio a um sorriso digno do Gato do País das Maravilhas.
Augustus: — Ele inventa esses nomes ou essas posições existem mesmo?
McQueen: — Você quer mesmo tentar descobrir?
Os dois se entreolham rapidamente, meneiam negativamente a cabeça e o prefeito sugere: — Voltamos à caixa?
Augustus, avidamente: — Sim, vou pegá-la.
McQueen, bronqueando: — Espere eu conferir se está tudo fechado. Não podemos nos arriscar.
Augustus: — É verdade. Deixe-me ajudar.
Os dois verifica cada porta e janela duas vezes antes de abrirem o relógio parado e retirarem, ainda ressabiados, a famigerada caixa e seu conteúdo tempestuoso tal qual as nuvens que começam a trovejar.
Um pouco além do morro da igreja, um grupo de quinze cavaleiros se reúne.
— Vamos mesmo com chuva? – pergunta Malcolm.
— É um sinal de Deus. – responde o coronel. — O Senhor limpará o sangue negro traidor de nossas roupas e de nossas mãos.
— Amém! - respondem todos.
De volta à residência do prefeito, McQueen pega três cartazes com foras da lei procurados, coloca em frente a Augustus e pergunta: — Por qual você quer começar?