Cap. 188
— Como está o forasteiro? – pergunta O Dr. William a um Cobra Traiçoeira que chega à cadeia já suado por tantas idas e vindas sob o sol.
Cobra: — Ainda vivo.
William: — Que pena.
Cobra: — Você parece não gostar dele também.
William: — Acredito que ninguém goste.
Cobra: — Ele pareceu se dar bem com Augustus. Aliás, vou falar com ele para acertarmos como vigiar nossa visita até que vá embora.
William: — Calma, descanse um pouco. Ele acabou de subir com o prefeito. Dê um tempo para que possam ficar a sós.
Cobra olha intrigado para o médico que, percebendo sua quase indiscrição, apela para uma distração infalível:
— Tenho um resto de bom whisky que não quero terminar sozinho.
Cobra não recusa a oferta, afinal, já se sentia culpado por não ter bebido com Tex no Elle, afinal, se não se pudesse beber com alguém que você quer matar ou que queira te matar, os saloons de todos os Estados Unidos estariam falidos e fechados.
Mas, falando no prefeito e no outro delegado, McQueen tenta fazer Augustus compartilhar de sua ansiedade:
— Você entendeu que aquele homem é mais um assassino perigoso nesta maldita cidade?
Augustus: — Sim.
McQueen: — Então por que está tão calmo? Ele podia ter te matado no saloon.
Augustus: — Pelo que o senhor falou, qualquer um nesta cidade pode me matar a qualquer momento. Era assim no meu circo também. Era assim na Europa. Já estou acostumado.
O prefeito pondera se essa calma não seria um dos motivos de fazer as pessoas quererem matá-lo. No caso dele é. Mas, no momento, precisa cuidar de como vigiar Ted Tex sem que Lucretia e Wayne percebam que ele e o delegado sabem quem os três realmente são.
McQueen: — Precisamos de um plano para vigiar sem chamar a atenção.
Augustus, irritantemente tranquilo e até animado: — Não se preocupe, sou ótimo em elaborar planos.
Os dois iniciam seu planejamento e o Dr. William encerra seu dia de trabalho, juto com a garrafa de whisky.
William: — Bem, terminamos por hoje.
Ele olha a garrafa e se corrige: — Terminamos de trabalhar, não de beber.
