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Cap. 196

O xerife aperta as pálpebras tentando enxergar onde a bomba jogada por Ted Tex foi parar.

Ele se lembra o quanto custou escapar da outra vez em que aquele maldito moleque tentou matá-lo para ficar com a recompensa e ainda liderar seu bando.

De certa forma, levar uma dúzia de tiros e ser quase enterrado na lama realmente acabaram matando Ray Petterson, o criminoso procurado, líder do bando Matilha Maldita. Se estar morto evitava ser incomodado, por gente querendo justiça ou vingança, então, adeus Ray e olá, xerife Wayne.

Mas, agora é preciso evitar que o xerife Wayne também morra, então, apesar da dor na coluna, acentuada por cair da cama, ele rasteja pelo assoalho que parece uma grelha feita com lixas e localiza a bomba debaixo de sua cama.

O pavio ainda lhe garante algum tempo. Se Tex não estivesse também surpreso pelo encontro, e com pressa de sair do prédio antes do inevitável desabamento, tudo já teria explodido antes mesmo do artefato tocar o chão.

A coluna parece parar de doer, mas suas pernas formigam amortecidas. Resta tentar deslizar pelo chão puxado pela força dos braços.

Ele chega até a bomba encharcado em suor. O pavio já está bem mais curto e suas mãos estão exaustas pelo esforço, incapazes de arrancar aquele maldito cordão.

Ele respira o ar quente e enfumaçado que o rodeia e começa a rolar a bomba junto a seu corpo, enquanto rasteja em direção à janela.

No andar abaixo, Westwood, com um lenço cobrindo a boca e nariz, igual nos tempos de assalto a bancos, se depara com uma escadaria que parece mais uma cascata de fogo.

Não há como subir por ali.

No quarto ao lado do xerife, Joachim abraça o corpo da esposa morta e grita com ódio e desespero.

— E então, delegado, qual a sua decisão? – provoca Tex, já com a mão em sua arma.

— Não tenho como impedir você agora. – capitula Augustus.

Tex, sorrindo: — Ótimo. Não queria mesmo matar meu novo amigo.

Augustus continua: — Mas, eu juro que, enquanto estiver vivo, irei te perseguir até o inferno para trazer essa moça de volta e prender você.

Tex, apontando sua arma para o delegado: — Enquanto estiver vivo?
 

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