Cap. 219
Augustus continua em sua tentativa de conversa com Nokomis:
— Nokomis, eu queria saber se, depois que essa perseguição terminar, e você estiver interessada e não estiver comprometida, bem, se você gostaria de me ver novamente?
A moça não compreende metade das palavras, mas entende o necessário, aumenta o sorriso e balança positivamente a cabeça, reforçando a resposta: — Sim!
Ele olha sorrindo para Cobra Traiçoeira, que fecha os olhos e meneia negativamente a cabeça.
Augustus se volta novamente para a moça: — Ótimo! Onde você gostaria que fosse nosso encontro?
Nokomis: — Na cachoeira atrás do carvalho partido. Tem um lago e o vento sopra todo final de dia.
Augustus, aliviado por conseguir ter uma conversa menos fúnebre com a moça: — Parece um ótimo lugar. Vou adorar passar um tempo com você lá.
Nokomis: — É lindo. É lá que eu quero ficar quando for para o mundo dos espíritos.
Augustus olha desconfiado para Cobra Traiçoeira que confirma com um largo sorriso cínico: — Isso mesmo, ela quer se enterrada lá. Aliás, tem muitos de nós enterrados lá.
O nativo prossegue: — Veja, caso vocês realmente se encontrem lá, com certeza você será o primeiro branco enterrado no lugar, assim que a mãe dela descobrir. E nem precisará estar morto.
Nokomis franze a testa e protesta junto a Cobra Traiçoeira em Siksikáí'powahsin: — Pare! Você quer que ele fique com medo de mim?
O nativo responde: — Há! Se ele fosse esperto o bastante para perceber o perigo das coisas, não estaríamos aqui, agora, na terra dos Windigo, atrás de um bandido cheio de bombas.
Nokomis: — E por que você veio com ele?
Cobra: — Para incomodar meu pai.
Nokomis sorri: — Bem que sua avó avisou que você tem medo de assumir as coisas boas que faz. Por que esse medo?
Cobra é surpreendido pelo comentário, não sabe o que responder e fica até aliviado quando Augustus se intromete: — Posso saber do que vocês estão falando?
Cobra: — Nokomis quer saber se eu já vi você sem roupas.
É a vez da moça engasgar e ficar sem resposta.