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Cap. 229

A fogueira, mesmo pequena, ajuda a manter o ambiente na cabana mais aquecido e menos ameaçador, diminuindo as sombras do lugar.

— Como faremos para vigiar lá fora? — pergunta Tex, após encontrar um local mais próximo à fogueira para ele e Sarah.

Augustus: — Faremos turnos na portinhola. Duas horas cada um de nós, assim, poderemos dormir seis horas.

Cobra deixa escapar: — Até parece que alguém aqui vai se arriscar a fechar os olhos por muito tempo.

Tex ri e propõe: — Concordo com o delegado branco. Sugiro que minha bela acompanhante seja a primeira a vigiar, assim, ela poderá dormir tranquila depois. Todos de acordo?

Como ninguém se opõe, Tex puxa sua refém até a portinhola e ajuda a moça a se equilibrar ainda amarrada.

— Fique bem, querida. Não vá tentar fugir. — provoca o sequestrador. — Daqui a pouco eu venho te buscar.

Surge, então, uma dúvida na mente do pistoleiro: — Como vamos saber quando passaram duas horas?

— Tenho um relógio. — responde Augustus, retirando o objeto de seu colete.

Tex entorta a boca admirando a peça: — Que beleza, delegado. Posso ficar com ele quando você morrer?

Augustus sorri de volta — Pode, mas só se você ainda estiver vivo.

Tex sorri de volta. Ele gosta dessa troca de provocações com Augustus e realmente sentirá falta dele depois que matar todos naquela cabana. O criminoso volta para seu lugar próximo à fogueira e abaixa o chapéu, encobrindo parte do rosto:

— Boa noite a todos, então. Vou dormir um pouco.

Um respiro depois, ele complementa, sem mover o chapéu: — Ou não.

Cobra Traiçoeira senta-se de maneira a ficar de frente para Tex, garantindo que nenhum dos dois consiga relaxar totalmente.

Tex provoca mais um pouco: — Não vai dar um beijinho de boa noite no delegado índio?

Augustus: — Ele já dormiu, mas, se você estiver precisando de um para pegar no sono...

Tex ri alto e finge roncar.

Augustus dá corda em seu relógio de bolso e procura manter a mente ocupada para não pensar em Nokomis. Em vão.
 

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