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Cap.5

Ilustração com a silhueta de metade do corpo de uma pessoa com olhos franzidos e usando chapéu de cowboy. Atrás da pessoa, localiza-se uma grande estrela, na qual está escrito sheriff.

— Você não prendeu esse filho de uma cadela? – pergunta o xerife com os olhos arregalados.

— Eu prendi! - grita o padre de volta. – Sua algema que é uma bosta!

O xerife passa a mão pelo rosto, respira fundo e diz, pegando Augustus pela gola da camisa: — Vamos sair daqui quando amanhecer. Até lá você fica na cadeia, em uma cela que eu mesmo fecharei. Se você sair da cela sem que eu mande será para ir para o cemitério, certo?

Sem muita opção, Augustus concorda com a cabeça.

Xerife: — Venha, vamos para a cadeia.

Padre: — Você vai deixa-lo ir sem algemar?

Xerife, dando de ombros: — Pra quê? Você não disse que minha algema é uma bosta. De qualquer forma, confio mais numa bala do que numa corda ou corrente.

Padre: — Eu vou com vocês, por segurança. Me esperem lá fora enquanto aviso a irmã Bridget.

Augustus e o xerife já estão fora da capela quando o forasteiro percebe estar sem seus pertences.

Augustus: — Xerife, desculpe, mas só agora percebi que estou sem meu colete.

Xerife, acendendo uma cigarrilha de cor escura e malcheirosa: — Você não vai passar frio.

Augustus: — Meus documentos estão nele. Preciso deles para poder ir atrás de meu circo.

O xerife pensa por um minuto, conclui que é melhor que não haja motivos para Augustus voltar à cidade, nem rastros de sua passagem por ali, então diz: — Certo, vá buscar.

Augustus: — Posso ir sozinho?

Xerife: — Quem disse que você estará sozinho? Você só não estará vendo quem está te vigiando.

“Que raio de cidade”, pensa Augustus enquanto retorna à capela, “todo mundo me dá calafrios só de olhar”.

O interior da capela já está escuro, mas dá para perceber um vulto. Pelo tamanho, não é o padre. Augustus pensa em se aproximar e, simpaticamente, perguntar: “Olá, você poderia me ajudar?”. Com certeza nem todos na cidade seriam tão ríspidos como o padre e o xerife. Principalmente dentro de um lugar sagrado.

Ele se aproxima do vulto e começa a falar: — Olá!

O resto da frase é interrompido por um chute que faz seus testículos quase saírem pelo nariz, seguido de um grito: — Não toque em mim, filho de uma cadela!

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