Cap. 6
Entre as lágrimas e a escuridão, Augustus consegue identificar uma mulher segurando uma vela e se preparando para desferir outro chute
— Irmã Bridget, aí está você. — diz o padre aproximando-se da mulher. — Vejo que encontrou nosso convidado... que deveria estar esperando do lado de fora – essa parte, o padre disse enquanto soltava o ar por entre os dentes cerrados.
Augustus queria explicar, mas estava mais preocupado em conseguir voltar a respirar.
— Finalmente alguém fez essa criatura ficar calada e imóvel. — diz o xerife saindo das sombras.
— Você não deveria estar cuidando dele? — pergunta o padre.
Xerife: — Eu estava. Ele precisava pegar os documentos que ficaram no quarto e eu estava vigiando cada passo dele.
Padre: — E por que você deixou que ele se aproximasse da irmã Bridget? Não sabe como ela reage quando um homem chega perto?
O xerife responde em meio a uma risada rouca: — Sim, eu sei... como sei...
Padre: — Irmã, desculpe pelo que aconteceu (Augustus não entendia por que ela é quem merecia desculpas, mas seus testículos ainda não estavam de volta no lugar, então, melhor não contestar). A senhora poderia, por favor, buscar as coisas desse sujeito e levar lá na entrada da capela?
— Sim, senhor padre. — responde a mulher com voz calma e serena enquanto some com sua vela em meio à escuridão.
— Obrigado, irmã. — diz o padre enquanto se vira para Augustus e o xerife, concluindo: — Tire esse traste da minha capela, pelo amor de Deus. E deixe ele bem preso até a hora de ir embora. Eu decidi ficar por aqui, podem ir sem mim.
— Venha. — diz o xerife a Augustus, que tenta responder, mas acaba vomitando no chão da igreja.
— Limpe isso antes de sair. — soa a voz do padre já mais distante.
Xerife: — Ele vomitou, não eu!
Padre: — Ele está sem bolas por sua causa.
O xerife respira fundo, como se puxasse todo o ar da capela, prende a respiração por um momento, depois expira, pega Augustus pelas calças e diz, com um leve sorriso nos lábios: — Adivinhe o que eu vou esfregar no chão para limpar sua sujeira.