logo

Cap. 80

Ilustração com um fundo dois terços pretoe o terço inferior branco. Na parte branca estão distribuídos cinco potes de barro ornamentados, sendo dois brancos, dois pretos e um vermelho. na parte superior esquerda surge uma a silhueta de uma mão preparando-se para pegar o pote vermelho.

— Onde ponho isso? – pergunta Wayne, retornando à tenda de Noite da Raposa com o balde cheio de água.

— Coloque perto daqueles potes. – aponta a senhoras, após uma baforada de cheiro forte e fumaça escura no braço de Augustus.

Ela pergunta: — Você sabe o que é uma Glória-da-manhã?

A expressão do xerife demonstra que nada de bom sairá da boca daquele homem, então, a senhora decide continuar: — Claro que não. Por favor, fique aqui cuidando de seu amigo enquanto apanho as flores que preciso.

— Meu neto já deve estar voltando com o capim que pedi.

Noite está saindo quando Wayne deixa o balde no local indicado e pergunta: — Tem algo aqui para matar a sede de um homem?

A mulher aponta para o canto onde está o balde: — Pode beber o quanto quiser.

Ela sai e o xerife se aproxima do balde, mas seus olhos estão nos potes e jarros nas prateleiras.

Ele pega o que parece ser uma garrafa de barro, cheira e pensa: “ela disse para beber o que eu quiser”.

Vagarosamente, Wayne vai entornando a garrafa até um pouco do conteúdo cair em sua boca.

O efeito é como se tivessem arrancado a espinha dorsal de sua língua. “Hum!”, avalia ele, “não deve ser mais perigoso que o whiskey do Ramirez”.

O xerife já está quase no final da garrafa quando Cobra Traiçoeira entra na tenda e berra assustado: — O que você está fazendo?

Wayne: — Matando a sede?

Cobra: — O que foi que você bebeu?

Wayne: — Calma, a velha disse que eu podia beber o que quisesse. Eu peguei esse whiskey índio aqui.

Noite da Raposa entra na tenda, vê os olhos arregalados do neto e a garrafa na mão do xerife.

— Você apontou os potes e disse pra eu beber o que quisesse. – defende-se Wayne.

Noite: — Eu apontei o balde e disse para beber o quanto quisesse. Da água. Que eu nem iria usar.

O xerife começa a sentir um calor em suas orelhas que impede ouvir direito o que estão falando, mas ele pode jurar que está vendo os sons saindo da boca da velha.

Cobra, voltado para a avó: — O que ele bebeu? Como ele vai ficar?

Noite aponta para Wayne: — Se continuar assim, provavelmente pelado!
 

Texto Anterior Próximo Texto