Cap. 102
O prefeito McQueen abre seus olhos e, pela primeira vez em muitos dias, consegue manter a consciência. Seu corpo todo dói, mas ele consegue manter-se acordado e lúcido o suficiente para estranhar as duas pessoas desconhecidas em seu quarto.
— Bem-vindo de volta! – comemora o Dr. William. — Sou um médico, chamado pelo padre da cidade para atendê-lo. O senhor teve uma bela queda e ficou desacordado por vários dias.
“Queda?”, discorda mentalmente o prefeito, “Eu despenquei tentando fugir de um assassino”. Indignado, os olhos de McQueen fixam-se agora em Augustus.
William percebe a dúvida e explica: — Este é o senhor Augustus, amigo do xerife (essa parte faz o prefeito arregalar os olhos e tossir), ele está aqui se recuperando de uma picada de cobra. Coloquei vocês juntos para melhor acompanhá-los.
Os três são surpreendidos pela por de entrada sendo arrombada por um chute de Wayne, que entra apontando suas armas tendo Cobra Traiçoeira atrás dele, também de arma em punho.
O médico vai até a sala, vê os dois e pergunta calmamente: — Posso ajudar?
— Explique o que é aquilo nos fundos de sua carroça. – pergunta Wayne com duas armas apontadas para o peito do doutor, que responde:
— Algo errado? Láudano é proibido aqui? Ou foi o absinto? Já sei, são as ervas! Garanto que são para fins medicinais apenas.
Wayne, sem entender metade das palavras ditas: — O quê?
Cobra: — Os homens mortos.
Doutor: — Ah! Não são só homens, tem mulheres também.
Percebendo que o xerife e o nativo não gostaram da resposta, William se explica:
— São cadáveres que eu compro em cemitérios para poder estudar o corpo humano. Ajuda a conhecer mais como a pessoas funcionam e como posso ajudá-las melhor. É contra a lei comprar pessoas mortas?
Wayne entorta a boca para baixo, balança a cabeça alguns momentos e reconhece: — Não faço ideia.
Doutor: — Eu paguei legalmente por elas. Nem estavam enterradas ainda.
Wayne está confuso, mas tentado a deixar o médico livre. Porém, o doutor acrescenta:
— E tem também quatro maus perdedores de um jogo honesto de pôquer que tentaram roubar minha carroça e cavalo em Missoula.