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Cap. 136

Augustus digere a história contada por McQueen, que pega outro pôster de procurado em meio à sua papelada.

— Vamos falar deste aqui, agora. – convida o prefeito.

— Quem é? – pergunta Augustus, esticando o pescoço para ver o cartaz.

McQueen entrega a ele o pôster, no qual está a foto de um homem com longos cabelos claros e uma barba igualmente longa e desgrenhada. O texto do cartaz diz: “Procurado. Raymond “Ray” Petterson por duelos, sequestro, assassinato, roubo de trem e roubo a banco. Cuidado! Indivíduo muito perigoso com 1,90 metros, 35 anos, olhos azuis e cabelo e barba loiros e com aproximadamente 100 quilos. Recompensa de dois mil e quinhentos dólares”.

O prefeito começa a nova história: — Esse aí chegou uns meses depois de mim. Estava aqui, em casa, quando me chamaram porque havia um estranho no saloon do Ramirez dizendo que queria morar na cidade.

— Fui até lá e mal pude acreditar. Ray Petterson estava nesse fim de mundo! Afinal, quais as chances de dois dos mais procurados bandidos da América virem parar, ao mesmo tempo, em um lugar que nem aparece nos mapas?

— Talvez não fosse coincidência. – considera Augustus.

McQueen meneia a cabeça positivamente e continua: — Pensei nisso também. Por via das dúvidas, segui o protocolo da cidade e levei nosso candidato para falar com o padre.

— Pensei que, com sorte, pelo menos um dos dois morreria no encontro, afinal, Moe era conhecido pela brutalidade, já Ray era conhecido por sua pontaria. Se ele mirasse, acertava, não importava a distância ou o tamanho do alvo.

— Assim que Westwood abriu a porta da igreja, meu acompanhante arregalou os olhos e formulou um “Mo...” que foi logo interrompido pelo padre, puxando-o para dentro da igreja e fechando a porta em minha cara novamente.

— Tentei ouvir o que acontecia lá dentro, mas não consegui. O que importava é que não aconteceram tiros, logo, não era meu dia de sorte.

— Quase uma hora depois, os dois saem da igreja e o padre determina: “Este sujeito pode ficar. Ele será o novo xerife. De agora em diante, quem chegar na cidade é problema dele, me deixem em paz.”

— E lá estava eu, convivendo, agora, com dois renomados assassinos.

— E as coisas iriam piorar.
 

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