Cap. 140
McQueen deixa o cartaz de Stiff Dick cair no chão da sala e passa a caminhar pelo cômodo, como se estivesse em um palco, sempre seguido pelo olhar ansioso de sua exclusiva plateia.
O prefeito continua sua narração:
— Assim como acabo de fazer, naquele dia eu também larguei o cartaz e procurei tomar um pouco de ar, junto a muito whisky.
— Não sei quanto tempo depois, já encorajado (ou desenganado) pela bebida, resolvi descer e ir até a cadeia para tentar ouvir um pouco da conversa.
— Minha intenção era aproximar-me discretamente, no entanto, a chegada de Lucretia já havia mobilizado toda a cidade para a porta da cadeia.
— Fui até a porta e quase sou atropelado pelo xerife puxando a recém-chegada pelo braço e dizendo, não sei se para mim, para ela ou para si mesmo, “Vamos falar com o padre. Ele vai decidir”.
— E lá se foram os dois, seguidos por toda a população da cidade em uma procissão rumo à capela. Obviamente, eu fui junto.
— Lucretia seguia à frente, sem aparentar preocupação como o que iria encontrar e muito menos com o que escutava dos comentários que começavam a surgir.
— Chegando lá, Wayne bate à porta insistentemente até ouvir uma resposta gutural vinda de dentro: “Melhor ir embora.”
— O xerife insistiu, afinal, parecia ser sua única chance de se livrar daquela visita indesejada.
— O padre surgiu rosnando tal qual um urso espantando gambás de sua gruta. Foi passando seu tradicional olhar de ódio por todos até focar naquela pessoa que ele não conhecia. Ou assim pensava.
— Os olhos do padre quase saltam para as bochechas. Lucretia não reage de maneira muito diferente. Wayne aproveita o momento de choque e se despede: “Então, vocês conversem e, depois, me digam o que decidiram.”
— Ele nem pôde se virar. Westwood abriu mais a porta e grunhiu: “— Os dois, já para dentro!”.
— Eu não conseguia ouvir o que acontecia dentro da capela, mas já tinha certeza de que, se Moe e Ray haviam combinado algo, com certeza, Stiff Dick não fazia parte do plano.
— Mas, o que fazer com ele, ou ela, então?