Cap. 151
Lucretia havia jogado os corpos dos homens que entraram pela janela de trás da casa de volta para fora, então, coube a ela pegar um deles de volta e trazer para dentro para que pudessem examinar.
O defunto é colocado ao lado de Wayne (provavelmente uma nova coincidência) e seu capuz e túnica brancos (agora mais vermelhos e enlameados) são removidos.
O cadáver veste um casaco cinza, com gola e punhos amarelos, e uma longa fileira de botões indo praticamente da garganta até quase a virilha.
Lucretia examina e arrisca: — Pela cor do uniforme, deve ser um confederado. Tem gente que não sabe quando perdeu.
— Caaallrrguia. – balbucia Wayne.
Lucretia vira o rosto do xerife que a xinga pela dor que isso causa, mas depois tenta novamente: — É da cavalaria confederada. Dá para saber pela cor amarela no uniforme.
Lucretia, intrigada: — Mas, por que confederados vieram atrás de vocês? Algum de vocês lutou na guerra do lado da União?
Há um silêncio tenso na casa, permeado por trocas de olhares entre os Smiths e entre Lucretia e o xerife.
Cabe a Kojo tentar explicar: — Podemos dizer que tivemos que lutar nossa própria guerra contra o sul para podermos vir para o norte.
Hanna — Com certeza, tem gente que não aceita que os negros, agora, são livres e ainda se acham nossos donos.
Lucretia, ainda desconfiada: — Com todo o respeito a vocês, mas trazer tanta gente até tão longe só por causa de meia dúzia de escravos parece um pouco de exagero. Com certeza sai mais caro do que o prejuízo da perda de vocês.
Celeste suspira: — Ai, ai! Talvez você tenha razão, mas, vamos pensar nisso depois. Agora, que tal deixarem eu servir um prato de comida para todo mundo? Pode ser?
Lucretia sabe que todos têm direito a seus segredos, então, responde sorrindo: — Graças a Deus! Esse cheiro está me matando de fome desde antes desses malucos fantasiados chegarem.
Celeste: — Faço um prato para seu amigo xerife também?
Lucretia: — Por favor. Se ele não conseguir comer, com a fome que estou, pode deixar que não será desperdiçado.
