Cap. 152
O resto da noite segue tranquilo, apesar dos gemidos, ora de Wayne, ora de Joachim. Até mesmo uma bronca de Celeste em Kojo (“Sossega, homem! As crianças estão aqui e tem visita na casa!) não chega a perturbar quem conseguiu pegar no sono.
A noite se vai, levando junto a chuva e os resmungos de Kojo.
Lucretia sai para preparar os cavalos e, quando volta, encontra a mesa do café já posta por Celeste, que convida:
— Sente aqui, filha. Venha comer um pouco antes de partir.
Lucretia não faz cerimônia, senta-se, pega um pedaço de pão de milho, espia a mesa e pergunta: — Teria sobrado um pouco daquele porco do jantar.
Celeste: — Até sobrou, mas o outro porco acordou cedo e comeu tudo.
Kojo se aproxima sorrindo e trazendo um tacho com um mingau de milho: — Um guerreiro forte precisa de comida para manter os inimigos longe e a esposa feliz. Celeste retruca: — Quer me ver feliz, arrume essa janela quebrada da cozinha.
Kojo a beija e responde, saindo comum sorriso maroto: — Tudo para você, minha leoa.
Lucretia acaba sorrindo também e comenta: — A senhora deu sorte de achar um marido tão prestativo.
Celeste meneia negativamente a cabeça comprimindo os lábios e confessa: — Que nada, o safado foi dormir no celeiro e, depois que acordar, vai mandar um dos meninos fazer o serviço. Ele só não quer é discordar de mim.
— Mais fácil lutar contra seis homens armados na chuva. – interrompe Josiah.
Celeste só olha para o filho e o rapaz já abaixa a cabeça ao sentar na mesa.
— Como está seu filho? – pergunta a Lucretia.
Celeste: — Se a ferida não criar pus, acho que logo volta a bater o martelo naquela pobre bigorna.
Sarah se aproxima e se junta à conversa: — Ele está quente. Pode ser febre.
— Temos um médico na cidade. Podemos levá-lo até lá para ser examinado. – oferece Lucretia.
As mulheres se entreolham, avaliando a oferta.
Lucretia continua: — Colocamos ele e Wayne naquela carroça e levamos até Rotten Root. Ele pode ficar em meu estabelecimento se precisar. Até que esteja recuperado.
Sarah: — Seu estabelecimento?
Lucretia: — Sim, meu cabaré.
Celeste: — Um médico seria bom, mas Sarah vai junto. Ou ele nunca mais volta.