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Cap. 157

O cheiro de bebida e vômito já prepara Lucretia para o que encontrará assim que abrir a porta da cadeia.

Confirmando os sinais, lá estão o Dr. William e Cobra Traiçoeira desmaiados no chão. O médico parece ter urinado nas próprias roupas e o indígena tem pedaços regurgitados de comida grudados nas roupas e cabelos.

— Meu Deus! – começa a bronquear, assim que adentra o recinto. — Esse lugar fede mais do que o lençol das minhas meninas após uma noite de festa com criadores de cabras.

Ela completa: — Isso, se levassem as cabras junto para o quarto.

Acostumado a ser acordado com sermões e repreensões, William já tem desculpas automáticas preparadas para saírem de sua boca antes mesmo que ele consiga se recompor o suficiente para saber se está realmente falando com alguém ou apenas tendo outra alucinação:

— Você tem toda a razão. Eu realmente (a frase é interrompida por um arroto)... realmente me excedi. Comprometo-me, solenemente, aqui e agora, a manter-me longe do caminho que leva ao álcool e à depravação.

Lucretia, acostumada a ouvir as mesmas desculpas e juramentos, prepara uma nova descompostura, mas o doutor continua:

— Com todas as minhas forças.

Ela tenta voltar a falar, mas o médico soluça e prossegue:

— E juro que pagarei pelo que quebrei ou pelo animal que matei ou até mesmo que me casarei com sua filha depois de... consumarmos antecipadamente o matrimônio.

— Que filha? – atropela Lucretia, já sem paciência. — Quero os dois em pé, sóbrios e limpos no meu estabelecimento sem demora. Tenho dois homens precisando de um médico e, infelizmente, o senhor é o mais perto disso que nós temos.

Cobra Traiçoeira resolve se manifestar, apesar do tambor de guerra ecoando por detrás de seus olhos: — Então eu não preciso ir também. Não sou médico.

Lucretia: — Começo a achar que ninguém aqui é. Quero os dois lá. Rápido! Não me façam voltar.

Dr. William: — Sua desconfiança fere meus brios. Saiba que é apenas em nome do juramento que fiz de salvar vidas que eu, excepcionalmente, faltarei para com meu outro juramento, que acabei de fazer aqui, e irei até seu estabelecimento. O cabaré. Cheio de bebidas. E mulheres.

— Isso, minha senhora, chama-se responsabilidade.
 

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