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Cap. 170

O padre anda mais uns poucos passos e eis que surge uma dúvida: — O que você está fazendo aqui em cima do meu morro?

Cobra Traiçoeira, sem saber se deve contar sobre o treinamento com irmã Bridget: — Vim... procurar... o delegado. Isso. Eu também sou delegado agora e, por isso, vim atrás do delegado para fazermos coisas de delegados.

Westwood, olhando fixamente para o nativo: — Eu avisei ao seu xerife e vou avisar você também: aqui em cima do morro, a lei sou eu. Entendido?

Cobra, querendo terminar logo a conversar e sumir dali: — Sim.

Padre: — Leve esse traste embora e deixe minha igreja em paz.

Sem esperar qualquer manifestação, Westwood volta a caminhar para a igreja, cruzando com irmã Bridget quando alcança a porta.

A freira passa por ele, levando aquela maldita faca. Curioso, o padre arrisca perguntar: — Vai sair, irmã?

— Vou lutar com o índio. – responde ela, sem diminuir o passo ou mesmo olhar para trás.

“Bem, melhor que seja com ele”, avalia o padre entrando na igreja. “ Só espero que quem ganhar a briga se livre do corpo de quem perdeu. E leve o delegado desmaiado junto”, conclui o padre consigo mesmo. Quase como se fosse uma prece.

Bridget chega até atrás da igreja, aponta a faca para Cobra Traiçoeira e decreta: — você não sai daqui sem lutar comigo antes.

Cobra, levantando Augustus para arrastá-lo até seu cavalo: — Agora não posso, estou com as mãos ocupadas.

— Não lembro de ter lhe dado uma opção. – dia a freira, já correndo de encontro ao nativo.

Cobra solta Augustus, que desaba no chão, e começa a se desviar das estocadas da moça, numa dança em busca de aprimoramento e sangue.

Como um toureiro, Cobra gira o corpo e a mulher passa direto e furibunda com a faca em riste.

— Você está melhor. – elogia o indígena.

A moça cerra os olhos e investe novamente, cheia de uma confiança que desaba assim que a palma da mão de Cobra Traiçoeira lhe acerta o queixo.

— Está melhor, mas ainda não está boa. – sentencia o nativo, que complementa: — Mais tarde treinamos mais.

— Mal posso esperar. – resmunga a freira, pegando sua faca no chão.
 

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