Cap. 206
Cedro Vermelho passa as mãos pelo rosto enquanto pergunta a seu filho: — Por que você está perseguindo o branco que roubou a negra?
Antes que Cobra possa separar os lábios, Augustus intervém: — Somos os delegados de Rotten Root.
A face de Cedro Vermelho congela, assim com o rosto de Cobra também paralisa ao ver o rosto do pai.
Noite da Raposa ri e parabeniza o neto: — Delegado, veja só, você virou um homem da lei.
— Lei dos brancos. – balbucia Cedro.
— O que devemos fazer com eles, pai? – questiona Urso Negro.
O chefe da tribo olha para sua mãe, depois para seus dois filhos, bufa e decide: — Deixe que sigam o homem.
Urso contesta: — Mas, pai, o branco foi para território Wendigo.
Cedro, Cobra e Nokomis parecem ter sentado em uma galhada de alce ao ouvirem aquele nome, contrastando com as expressões de Augustus e Noite da Raposa, que permanecem tranquilos.
Um por não fazer ideia do que está acontecendo, outra por saber demais sobre o que vai acontecer.
A anciã se aproxima de Nokomis e pergunta: — Ainda deseja ir com eles, criança?
A moça responde: — Eles precisam de minha ajuda. Não sei explicar, mas sinto que tenho que ir até lá com eles.
Noite dá um leve sorriso e beija a testa da moça: — Sei bem como é isso, querida.
Henry, já com a braguilha fechada: — O que é esse território Wendigo?
Cobra explica: — Terras sempre brancas, ao norte daqui.
Henry: — Quanto ao norte? No lado canadense?
Cobra: — Acho que sim. Tem muitas histórias de ingleses e franceses sumindo por lá.
Henry: — Se Tex foi para fora dos Estados Unidos, não podemos ir atrás. Não podemos entrar no território de um povo com quem estávamos em guerra até pouco tempo atrás.
Cedro: — Vocês guerrearam com mexicanos ao sul, canadenses ao norte, ingleses no leste, espanhóis e nativos no centro e oeste. Vocês já guerrearam até entre vocês mesmos, então, me diga, que lugar sobrou para vocês irem?
Sem ter como responder, Henry monta em seu cavalo e se volta para Augustus:
— Ele virou problema dos canadenses. Eu vou retornar para New Heaven. Tex não está mais na minha cidade, nem no meu país. Não é mais problema nosso.
— Você vem comigo ou não?