Cap. 213
— Índios que comem gente? - pergunta uma incrédula Sarah após ouvir a explicação de seu captor.
Tex: — É o que contam as histórias. Os tais Windigos são índios que vivem no meio da neve e comem carne de gente, igual ao deus deles.
Sarah: — E você trouxe a gente para o meio das terras deles?
Tex, rindo: — Calma, coisinha linda, deve ser só uma lenda. O que importa é que estamos nas únicas terras que não são território de nenhuma tribo, ou seja, nada de índios até cruzarmos a fronteira.
Sarah: — E se não for lenda, seu maluco? E se for tudo verdade?
Tex: — Então, será melhor que tenham mesmo mandado gente atrás de nós. Os índios vão dividir a atenção. Menos índios atrás da gente, mais chance temos de escapar.
Sarah: — E se pegarem a gente primeiro?
Tex abre o casaco, mostrando que ainda carrega algumas bombas, e continua: — Eu tenho tempero suficiente aqui para tirar o apetite deles.
Rindo ameaçadoramente para a moça, ele conclui: — Se algum deles escapar e nos alcançar, garanto a você que não serei o primeiro de nós dois a ser pego.
A moça não se intimida: — Não me importo. Só o que peço a Deus é que o xerife venha atrás de você e te pegue.
Tex provoca: — Nossa! Que medo! Minha querida, se seu xerife é tão bom assim, onde ele estava quando peguei você e incendiei o cabaré?
Ele mesmo responde: — Vou te dizer, seu xerife não se importou e só devia ir ao cabaré como cliente. E, com certeza, nem pagava pela bebida ou companhia.
E continua: — Se fosse mesmo bom, eu não teria de fazer o trabalho dele, explodindo um perigoso bandido procurado.
Sarah, indignada: — O xerife está ferido, por isso não deu um jeito em você, seu estrume de porco! Ele estava no cabaré no quarto ao lado do nosso, se recuperando!
Tex começa a calcular: — Quarto ao lado do seu... homem ferido...
Não é preciso forçar muito o cérebro.
A primeira reação é de espanto, depois um enorme sorriso transborda pelo rosto do sequestrador.