Cap. 214
Sarah fica mais preocupada com o sorriso que inunda o rosto de Tex do que com todas as ameaças feitas por ele.
Além da maldade e cinismo habituais, agora a expressão do sequestrador exibe também satisfação, confiança e superioridade.
O homem quase se arrepende por ter deixado Rotten Root tão rapidamente. Seria divertido descobrir como Ray se tornara xerife.
Por outro lado, ele sabe que era questão de tempo até o xerife de New Heaven encontrá-lo.
Resignado, ele se dá por satisfeito por ter matado o Ray novamente, atirado em duas mulheres, sendo uma delas freira e explodido cabaré da cidade. Foi uma passagem curta, mas produtiva.
Decide, então, retornar a atenção para sua refém e prosseguir com a tortura psicológica antes que a moça tivesse tempo para começar a ter ideias erradas.
Tex, debochado: — Há! Já sei quem é esse tal xerife. Aliás, pelo jeito, conheço o sujeito melhor do que qualquer um naquela cidade.
Ele encara sua refém, dessa vez com olhar sério: — Seu xerife não é o homem bom que você pensa, meu bem. Ele não é nenhum herói. Eu o conheço há muito tempo. Ele é quase tão ruim quanto eu.
Sarah: — Tomara! Um homem bom não te faria com tudo aquilo que você merece, seu bastardo.
Tex: — Pode ser, mas, e depois que ele terminasse? O que acha que faria com você, aqui, no meio do nada? Ele viria atrás de mim por vingança, mas, você, minha querida, só interessaria a ele se oferecessem uma recompensa muito grande pelo retorno.
Tex provoca: — Sua família é tão rica assim? Alguém rico ou poderoso pagaria para ter você de volta?
Sarah se cala remoendo as palavras de seu sequestrador, que prossegue:
— Menina, vou contar para você quem realmente é o seu amado xerife. Deixe só a gente encontrar um lugar para acampar e não morrer congelados.
Tex conclui: — Mas, já te adianto que é melhor perder as esperanças. Bom ou malvado, antes de vir atrás da gente, vão precisar encontrar os pedaços dele e costurar tudo junto de novo.