Cap. 235
As horas finalmente passam e Augustus pode parar de encarar a portinhola fechada.
Ele avisa que seu turno terminou e Sarah se prepara para a substituição, mas é interrompida por Tex: — Pode dormir mais um pouco, minha querida. Deixe que eu fico lá.
Ele se levanta, mas antes sussurra para a moça: — Quero você descansada para mais tarde.
Ela grunhe de volta, ele vai até a porta, olha a portinhola fechada e provoca: — Você sabe que isso funciona melhor quando a gente abre a portinhola, não sabe?
Augustus o ignora e vai para seu canto da cabana. Passando por Sarah, escuta a voz trêmula perguntar: — Joachim?
Sem diminuir o passo, o delegado responde: — Vivo.
— Ei! – protesta Tex. — É para vocês dormirem, não para matar a saudade um do outro. Se for para matar, temos um monte de índios famintos lá fora esperando a vez, lembram?
Augustus se senta e olha para Cobra Traiçoeira antes de tentar dormir um pouco. Eles já perceberam que precisam dar um jeito em Tex antes de pensarem em como escapar dos Windigos.
O delegado fecha os olhos e só volta a abri-los ao ouvir a discussão.
Cobra: — Precisamos de água!
Tex: — Ninguém sai daqui de dentro!
Augustus levanta, avalia a situação, pega um balde de madeira que por sorte não foi queimado ainda, se enrola nos restos de uma antiga bandeira do império francês e se dirige para a porta.
Tex avisa: — Estou falando sério, delegado. Ninguém sai.
Augustus o encara serenamente: — Você está com sede após uma noite respirando esse ar gelado e seco, não está?
Tex não responde e ele prossegue: — Eu também estou. Todos estamos. Eu vou sair, pegar um pouco de neve nesse balde e voltar. Você deixa a porta aberta e me mantém na mira de sua arma. Cobra se afasta e fica deitado ao lado dos meus livros. Pode ser assim?
Cobra intervém: — Você sabe escolher neve para beber?
Augustus: — Já tive meus momentos isolado na neve antes.
Tex abre caminho, mas adverte: — Cuidado, sou um homem armado e muito assustado. Qualquer movimento suspeito, seu ou do delegado índio, e eu atiro...
Augustus sai e Tex termina a frase apontando para Sarah: — ... nela.