Cap. 28

— Até que o dia hoje está calmo. – diz o prefeito McQueen enquanto se apoia no balcão do saloon de Ramirez, que responde irônico: — Calma que o dia ainda não aca...

Entra pela porta o padre, ofegante e ainda ensanguentado. Ele para e apoia a mão na parede do saloon deixando uma mancha vermelha que vai se estendendo conforme dá mais um passo e lança um olhar vazio para dentro do estabelecimento.

— Jesus! O que aconteceu com você, homem? – pergunta McQueen, indo ao encontro do padre na intenção de acudi-lo.

O padre metralha: — O visitante apareceu na capela machucou irmã Bridget e tentou me matar.

McQueen para antes de chegar ao padre, como se batesse em uma parede, e, ainda aturdido, pergunta: — Homessa! E onde é que o sujeito está agora?

Padre: — Pronto para visitar o cemitério.

Ainda escorado da parede, o padre aponta para dois homens que jogavam cartas e ordena: — Você e você, subam à capela, tirem o corpo de lá e enterrem longe da minha vista.

Os dois sujeitos obedecem e saem imediatamente, afinal, mesmo visivelmente abalado, o padre mantém sua autoridade, bem como sua fama e seu tamanho.

McQueen, ainda sem saber se deve ou não se aproximar do padre: — Graças ao Bom Deus que você conseguiu se salvar. E a irmã Bridget, como ela está?

O padre para por um momento, seus olhos procuram dentro de sua cabeça o que responder e as palavras vão saindo: — Ela... está... bem. Chocada... um pouco confusa... mas vai ficar bem.

Sem acreditar muito no que acabou de dizer, o clérigo vaga com passos curtos e incertos pelo saloon até chegar ao balcão onde Ramirez já estende a ele um copo cheio: — Uma dose, señor padre?

Padre, engolindo a bebida e quase o copo junto: — Uma garrafa, por favor.

Ramirez pisca três vezes antes de ir buscar a garrafa. Vai pensando no caminho: “Por favor? O padre pediu por favor? Que tipo de demônio ele encontrou hoje para deixá-lo assim?”

Ele faz o sinal da cruz, pega a garrafa e volta para entregá-la ao padre. Enquanto isso, o saco sobre a cabeça de Wayne é retirado.