Cap. 71
O grito faz Kael acelerar o passo, afinal, Seth não vai gostar se Lucy acabar com o prisioneiro todo logo no primeiro dia.
Ele abre a porta do chiqueiro e é recebido por Lucy, que exibe os dentes avermelhados pelo sangue de Westwood.
— Que sorriso mais lindo! – brinca o ruivo com a porca enquanto tenta localizar o padre, ou o que sobrou dele, no meio de toda a sujeira.
Westwood está caído gemendo sobre uma pilha de ossos.
— Tá vivo, home? – pergunta Kael, tentando afastar Lucy enquanto se aproxima do padre.
O clérigo tenta avançar sobre o gordo, mas tudo o que consegue é desabar de cara no chão enlameado.
Kael se diverte com a situação: — Olhe o estrago que cê fez nele, querida.
Kael: — Cê vai tê que levantá e andá.
Padre: — Não consigo ficar em pé.
O gordo ruivo se aproxima novamente, espia a mão ensanguentada de Westwood e o que aparenta ser um braço esquerdo deslocado. Não parece ser nada grave.
Kael: — Seja home! Foi só umas mordida nas mão. Nem chegou a arrancá um dedo, eu acho.
O padre tenta de levantar novamente e, novamente, cai no chão. Dessa vez de costas.
A porca avança sobre ele querendo mais, mas é afastada por um pontapé de Kael.
— É! - conforma-se o gordo. — Parece que terei que te levar pra fora.
Ele chuta o corpo do padre que vai deslizando pelo chão. Três chutes depois, Westwood chega até a porta.
Kael, apontando para Lucy: — Ocê espera aqui até a hora de comê, sua gulosa.
Ele tranca a porta do chiqueiro e se vira para Westwood, que ainda tenta ficar em pé.
— Vai andando ou prefere que eu te chute até lá embaixo? — pergunta Kael, apontando para uma cabana alguns metros abaixo na colina.
Motivado pelo ódio, o padre se levanta e começa a caminhar, mas tropeça nas próprias pernas depois de dois passos, rolando colina abaixo.
Kael ri consigo mesmo enquanto pensa: “se soubesse o que o espera, não teria tanta pressa para chegar lá.”
Os dois entram na cabana ofegantes, o padre pelas dores dos chutes mordidas e tombos e o gordo por ter corrido atrás dele rindo.
Seth: — Mas que diabo! Cês pegaram a porra de um padre?