Cap. 96

Lucretia bate na porta dos aposentos do prefeito enquanto o xerife acaba de subir as escadas e adverte Cobra Traiçoeira: — Fique aí e cuide do meu cavalo.

— Pois não? – atende à porta o homem loiro com quem Westwood havia conversado em New Heven. — Em que posso ajudá-los?

— Olá! Meu nome é Lucretia, aquele é o xerife Wayne e nós viemos ver como está o prefeito McQueen.

Doutor: — Oh! Entrem, por favor. São amigos dele?

Wayne: — Não, sou só o xerife.

Lucretia revira os olhos em desaprovo e retoma a conversa: — Como ele está?

Doutor: — Vivo, mas ainda não sei por quanto tempo. Ele foi bem judiado e quase não deu para salvá-lo.

Lucretia: — Podemos vê-lo?

Doutor: — Claro, só não façam barulho.

Lucretia e Wayne seguem até o quarto e encontram o prefeito na cama. Apesar dos machucados no rosto e braços, além das roupas ensanguentadas ao lado da cama, McQueen parece respirar sem dificuldades.

Eles olham em volta pelo quarto, não encontram nada suspeito, trocam olhares e concordam em silêncio que tudo parece bem.

Saindo do quarto, Dr. William volta a falar:

— Ele tem passado a maior parte do tempo desacordado, o que é bom, pois deve sentir muitas dores ainda.

Lucretia: — Ele está tomando alguma coisa para dormir?

— Muito whiskey. – responde o médico. — Às vezes tequila.

Wayne: — É o remédio para quase tudo.

Lucretia arregala os olhos, temerosa com um pensamento que acaba de surgir: — O senhor está dando a ele o whiskye do Ramirez?

William sorri: — Claro que não. Sou um médico, tento manter as pessoas vivas. Conheci o tal Mijo do Diabo. Aquilo só serve para queimar as roupas de um leproso.

McQueen grunhe na cama e o médico imediatamente convida os visitantes a se retirarem: — Desculpem, mas terei de pedir que saiam. Até parei aquele maldito relógio barulhento dele para ter silêncio.

Wayne: — Dá para ouvir aquela coisa da rua.

Doutor: — Nem me diga. Quase atirei nele na primeira vez que tocou, por causa do susto.

O xerife troca olhares com Lucretia após esse último comentário, mas ela não parece ficar preocupada com o médico que anda armado.

William percebe a desconfiança e logo tranquiliza a todos: — Não se preocupem, foi só porque eu estava bêbado.