Cap. 97
Uma vez que o relógio estava parado e que não há outros médicos disponíveis por perto, Lucretia e o xerife decidem deixar o prefeito nas mãos do Dr. William (e de Deus).
Chegando à porta, Wayne tem mais um de seus momentos de iluminação: — Doutor, seria possível você cuidar também de um sujeito picado por cobra?
Doutor: — Nossa! Há quanto tempo ele foi picado?
Wayne: — Uns dois dias.
Doutor: — E ainda está vivo?
Wayne: — Os índios cuidaram dele, mas o homem está apagado, lá embaixo, em cima de um de meus cavalos.
Doutor: — Remédios de índios. Hunf! Se bem que eles fazem umas misturas muito... interessantes.
Wayne, com uma ponta de nostalgia: — Eu sei.
Lucretia olha com desaprovo para os dois e o médico apressa-se a corrigir: — Calma! É apenas quando não tem mais bebida.
— Bem, tragam o homem para cá. Vou arrumar um lugar para ele no quarto. – conclui William, aproveitando a deixa para fugir do olhar de Lucretia.
O médico volta para o quarto e Lucretia sai dos aposentos do xerife com Wayne.
Lucretia: — Vai mesmo deixar outra pessoa aos cuidados do médico bêbado.
Wayne, apontando para Augustus sobre o cavalo: — Aquela pessoa? Sem preocupação ou remorso.
— Índio! – chama o xerife. — Traga ele para cima.
O indígena aponta para o cavalo de Wayne, que retruca:
— Não! Traga o maldito desmaiado!
Cobra: — Você disse para eu ficar cuidando do cavalo.
Wayne: — Mas não é para trazer o cavalo, só o maldito.
O xerife se vira para Lucretia, que já esboça um sorriso, o qual escapa assim que Cobra pergunta: — E quem vai ficar cuidando do cavalo?
Wayne aperta forte o queixo com a mão enquanto fecha os olhos. Ele não precisa olhar para saber que Lucretia está rindo.
— Ele faz isso de propósito. – diz o xerife em voz baixa, quase para si mesmo, antes de berrar: — Deixe os cavalos e traga o moribundo aqui antes que o médico tenha de cuidar de um maldito índio baleado também!
Lucretia, ainda rindo, mas realmente preocupada: — Não prefere deixar o homem na minha casa? E se o doutor beber e atirar nele?
— Se ele me fizer esse favor, pode cobrar o dobro depois. – responde Wayne. — Eu pago!