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Cap. 105

É madrugada em Rotten Root. O padre Westwood tenta dormir apertando a cabeça contra o travesseiro na esperança de sufocar seus pensamentos. Lucretia chuta para fora do Elle uma dupla de vaqueiros sem modos, indignada por ter de fazer o trabalho do xerife que, aliás, oficialmente está na cadeia vigiando seu suposto prisioneiro, o Dr. William.

Na verdade, médico e xerife roncam bêbados, impedindo o sono de Cobra Traiçoeira, que chegou à cadeia quando a bebida já havia terminado.

Ramirez já fechou seu saloon e finge dormir, na esperança de que, assim, sua adorável esposa pare de falar um pouco.

Em seu quarto, irmã Bridget chuta e soca um espantalho, num misto de treino, terapia e comportamento psicótico.

Pode-se dizer que tudo segue dentro da tranquilidade, pelo menos até agora, às...

Não é possível saber que horas são. O relógio do prefeito McQueen está parado, assim como parece estar o próprio tempo dentro daquela sala.

McQueen mantém sua arma apontada para Augustus, que até entende a ameaça, porém, não consegue tirar os olhos dos documentos e fotos que continua retirando da caixa que o prefeito escondia em seu relógio.

— Sabe? Normalmente uma pessoa costuma parar o que está fazendo quando apontam uma arma para ela. – explica o prefeito para seu hóspede.

— Se você for me matar, quero ter lido o máximo possível antes do tiro me atingir. – responde um compenetrado Augustus, já com parte do conteúdo da caixa espalhado ao seu redor.

— Isso tudo... é real? É verdade? – pergunta um atônito Augustus tomando fôlego antes de prosseguir sua exploração.

O prefeito balança a cabeça positivamente.

Augustus, ainda um tanto incrédulo: — Mas, como...?

O prefeito interrompe, já desistindo de sua inútil tentativa de impor respeito com a arma apontada: — Vou explicar, mas, prepare-se, é uma longa história.

Augustus, ainda olhando a papelada: — Não tenho nenhum encontro marcado esta noite. O senhor tem todo meu tempo e minha atenção.

McQueen toma fôlego e pensa: “Deus, como eu queria uma bebida agora.”

Prefeito: — Certo, vamos lá.
 

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