Cap. 225
A cabana sob a Pedra do Francês é pequena, com apenas uma porta grossa na parte da frente. Nenhuma janela, fora uma pequena portinhola na porta.
O lugar está surpreendentemente até organizado, excetuando três esqueletos em cantos opostos do cômodo. Os restos de roupas indicam que, pelo menos dois deles, são de épocas diferentes.
Há vários utensílios de cozinha, livros e até um bote com remos indicando que o local foi planejado e construído para ser um posto de exploração ou ponto de comércio.
Olhando pela portinhola, Cobra Traiçoeira estranha os Windigos não terem atacado ainda.
— Algum sinal deles? – pergunta Tex, sentado ao lado de Sarah no canto em que não há esqueleto.
Cobra: — Sumiram todos na neve.
Tex olha para Augustus, estranhamente quieto e puxa conversa: — Diga, delegado, por que você acha que eles não vieram atrás da gente?
Augustus está sentado ao lado de um esqueleto que, pelos trapos ao redor, deve estar por lá há mais de um século. Ele segura fortemente o colar de Nokomis, como se temesse que os Windigos arrancassem dele também esse último pedaço da moça.
Tex estranha a falta de resposta e resolve perguntar a Cobra Traiçoeira: — O que ele tem?
Cobra: — Deixe ele em paz. Nossa guia foi morta pelos Windigos.
Tex: — Entendo. Deve ser difícil ficar sem uma companhia feminina em meio a todo esse gelo e neve, não é?
Ele pisca para Sarah e continua: — Mas, pense, poderia ser pior. Pelo menos sobrou o delegado índio. À noite, no escuro, ele com aqueles cabelos longos pode até...
— Cale a maldita boca! – explode Augustus, para surpresa de todos.
Ele se levanta, vai até a portinhola espiar o pouco que ainda é possível enxergar com o sol se pondo, então se volta para Tex:
— Nós vamos sair daqui e eu levarei a senhorita Sarah a salvo de volta para a família dela.
Tex sorri: — É mesmo? E o que você fará comigo antes disso, meu amigo?
Augustus o encara: — Vai saber quando for a hora.
O delegado se vira e passa por Cobra que sussurra: — Você não faz ideia.
Augustus: — Nenhuma.
