Cap. 257
— Sobre o que está lendo agora, delegado? – provoca Tex, chamando a atenção de Augustus.
— Canibalismo. – responde o delegado, percebendo que a tarde já está chegando ao fim.
Percebendo que ninguém na cabana entendeu o que disse, ele explica: — Pessoas comendo pessoas para sobreviver.
Sarah arregala os olhos, chocada e Cobra Traiçoeira ignora, já que não se trata de uma novidade, enquanto Tex entorta a boca e balança a cabeça positivamente antes de responder:
— Muito bem! Não sei se fico com medo ou orgulhoso de você.
Retornando à sua leitura (e ignorando novamente Tex) Augustus fica sabendo que Vitus estava bem mais falante após a morte de Jean, e o capitão suspeitava que seria porque, em breve, não teria com quem conversar.
Curioso, Pierre vê o russo pegar um pouco de gelo fora da cabana e colocar sobre o corpo de Jean. “É para preservar até amanhã. Ainda tem um pouco de fantasma para hoje.” Justificou Vitus.
Pierre decidiu não esperar a fome se tornar o peso que fará a balança da sua moralidade pender para comer ou não outra pessoa.
Resoluto, ele espera Vitus adormecer após um longo arroto de satisfação e, empunhando sua espada, segue rumo à porta do forte.
Mal abre a porta, uma mão peluda o deteve. “Aonde vai?” pergunta o russo.
O capitão explica que prefere partir e morrer lutando com os selvagens do que contra seu companheiro. O russo pareceu entender, mas argumentou que aquilo parecia...
“Loucura, pensei eu, mas a complementação dele foi ‘desperdício’, enquanto me puxava para dentro com brutalidade.”
Pierre teve que combater Vitus em um duelo de facas que terminou com o russo caído em um canto do forte. O mesmo canto, provavelmente, em que foi encontrado por Augustus e os outros.
Pierre encerra seu diário:
“Agora somos apenas eu, Deus e a fome que logo chegará. Não vou esperar por ela. Restam a mim minha honra, dignidade e uma pistola com ainda um disparo. Desejo apenas que fique registrado que, no alto do Mont Champlain, foi erguida uma fortificação e nela estava a bandeira do império francês. Minha missão foi cumprida.
Deus, por favor, que a pistola não falhe.”
Não falhou.