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Cap. 267

Olhando para uma assustada Sarah, Augustus procura transmitir calma e confiança conforme explica sua ideia:

— Vamos pegar alguns galhos grandes para tentarmos usar como remos. Nosso objetivo é empurrar nosso bote para o lado, como se cruzássemos um rio de uma margem à outra.

A jovem tem adrenalina demais circulando no corpo para conseguir acompanhar a explicação: — Só aponte para que lado eu devo empurrar.

Augustus aponta na direção perpendicular ao fluxo da avalanche, bem mais lento agora, e começa a arrancar galhos para iniciar sua empreitada.

— Acha que vai dar certo? – pergunta a moça.

Augustus, tentando motivar sua tripulação: — Pode ser. A chance de conseguirmos é a mesma de virarmos o bote ou afundarmos na neve.

Arrependida por perguntar, Sarah pega um galho, mergulha uma parte na gosma em que estão boiando e começa a empurrar. Logo, Augustus se junta a ela.

O esforço é enorme para ambos e o barco mal se move, mas eles persistem e, aos poucos, vão se deslocando para o lado.

O caminho passa por colisões com outras árvores, felizmente com um impacto bem menor, o que permite que possam pegar novos galhos para substituírem os que se quebram na travessia.

Uma eternidade após começarem, é possível perceber que as árvores voltam a parecer maiores, indicando que estão conseguindo chegar à borda da avalanche.

A má notícia é que fica mais difícil conseguir novos galhos, a boa é que parecem ter chegado a um último declive.

Se conseguirem manter a direção, não ganharem muita velocidade, não afundarem, tombarem ou baterem em uma pedra pode ser que dê certo.

Sempre considerando a possibilidade de uma nova avalanche acontecer.

Sarah demonstra resignação, pronta para aceitar seja qual for o seu destino. Cobra Traiçoeira já não tosse sangue nem geme faz algum tempo, o que não dá para saber se é um bom ou mau sinal.

Augustus tenta um último discurso motivacional:

— Falta pouco. Se não conseguirmos, pelo menos vimos o maldito Tex explodir antes de morrermos.

Ele esboça um sorriso e olha para Sarah, que, lívida, responde: — Eu não vi, você me mandou para dentro da cabana antes da explosão.
 

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